1. Introdução

A ideia de que “todo cogumelo é alucinógeno” ainda é comum no imaginário popular. No entanto, essa crença não corresponde à realidade biológica do Reino Fungi, que é extremamente diverso e composto majoritariamente por espécies totalmente seguras e utilizadas na alimentação.

Este artigo apresenta uma visão clara, científica e responsável sobre por que a maioria dos cogumelos não possui propriedades psicoativas.

2. Por que esse mito existe?

Diferentemente de países da Ásia e da Europa, o Brasil não possui uma tradição culinária com cogumelos. Por muito tempo, eles foram considerados “alimentos desconhecidos”, e isso abriu espaço para generalizações.

A popularização tardia dos cogumelos no país fez com que casos isolados fossem generalizados para todos os tipos, criando o estereótipo de que cogumelos seriam, por natureza, psicoativos.

3. Quantos cogumelos realmente possuem compostos psicoativos?

Existem mais de 14 mil espécies catalogadas de cogumelos. Destas, menos de 1% apresenta compostos capazes de alterar percepção ou consciência.

Em outras palavras:

• A imensa maioria dos cogumelos é não psicoativa.
• Os cogumelos encontrados no comércio, em feiras e em lojas especializadas são culinários ou funcionais.
• O risco de adquirir um cogumelo psicoativo no varejo tradicional é nulo.

4. Cogumelos psicoativos existem — mas não estão no comércio

Cogumelos com propriedades psicoativas são espécies silvestres específicas, com distribuição limitada e que não fazem parte da cadeia de alimentos.

Eles:

• não são vendidos em supermercados;
• não fazem parte de kits culinários;
• não são utilizados em produtos alimentícios funcionais;
• não entram em rotas de comércio legal de alimentos.

5. Cogumelos culinários e funcionais: alimentos, não substâncias psicoativas

Os cogumelos usados na alimentação — tanto culinária quanto funcional — são espécies que não possuem compostos psicoativos. Entre os mais conhecidos:

• Hericium erinaceus (Juba-de-Leão)
• Ganoderma lucidum (Reishi)
• Cordyceps militaris
• Inonotus obliquus (Chaga)
• Trametes versicolor (Cauda de Peru)
• Lentinula edodes (Shiitake)
• Champignon, shimeji, portobello e outros cogumelos culinários

Essas espécies são estudadas principalmente por seus nutrientes, fibras e compostos bioativos que fazem parte de um perfil alimentar equilibrado.

6. Plantas também podem ser psicoativas — e muito mais numerosas

É comum ouvir: “Mas existe um cogumelo que deixa louco.”

E isso é verdade — porém, da mesma forma, existem muitas plantas com propriedades psicoativas, inclusive muito mais espécies do que no universo dos cogumelos.

Portanto, associar cogumelos ao rótulo de “psicoativos” é um equívoco cultural que não se sustenta quando se olha para a biologia.

7. Como saber se um cogumelo é seguro para consumo?

A regra universal — válida para qualquer alimento silvestre — é:

Cogumelo só deve ser consumido se vier de fonte confiável.

• produtores especializados,
• lojas confiáveis,
• empresas formalizadas,
• produtos industrializados regularizados.

Comer cogumelos colhidos na natureza sem conhecimento técnico pode ser perigoso. Isso vale igualmente para plantas silvestres.

8. Conclusão

A ideia de que “todo cogumelo é psicoativo” é um mito. A realidade científica é clara:

• a maioria dos cogumelos é totalmente não psicoativa,
• cogumelos culinários são alimentos seguros e tradicionais,
• cogumelos funcionais são estudados por seus nutrientes e fibras, não por efeitos psicoativos.

Conhecimento sério ajuda a quebrar tabus e permite que mais pessoas apreciem a verdadeira riqueza dos cogumelos.

Perguntas frequentes sobre cogumelos psicoativos

1. Todo cogumelo é psicoativo?

Não. Menos de 1% das espécies conhecidas possuem compostos psicoativos. A imensa maioria é culinária ou funcional.

2. Cogumelos vendidos no comércio podem ser psicoativos?

Não. Os cogumelos comercializados no varejo são de espécies seguras e não possuem compostos psicoativos.

3. Como diferenciar cogumelos seguros dos perigosos?

A orientação global é consumir apenas cogumelos de procedência confiável — produtores, empresas formalizadas e lojas especializadas.

4. Existem mais plantas psicoativas ou cogumelos psicoativos?

Existem muito mais plantas psicoativas do que cogumelos psicoativos. O mito cultural sobre cogumelos não reflete a realidade biológica.